Capitulo 1 - Surpresas

- Aqui está seu pagamento. A Julia vai descer e abre o portão para você.

Naquele dia eu estava muito irritada. Lembro que havia sido um dia lindo, com o sol forte, céu limpo, pássaros cantando. Mas ficar trancafiada em uma sala de aula, sentada durante toda a manhã e grande parte da tarde não é nada legal. Depois de um longo dia cansativo, de física, química, álgebra e geometria, tudo o que eu queria era me deitar e descansar, porém tinha aquele maldito curso a noite.

E como se não bastasse, minha mãe me obrigou a abrir a porta para a faxineira que ficava trancava nesse horário, o que me apressou ainda mais.

Nossa empregada estava de licença maternidade, por isso de uma faxineira ia toda quarta-feira para dar uma geral na casa.

Sai correndo, acabando de abotoar a calça e a calçar o tênis, já que ela estava me esperando ao lado do elevador. Essas são uma das muitas desvantagens de se morar no vigésimo primeiro andar, acaba ficando altamente dependente de elevadores

Entrei primeiro com a cabeça meio abaixada e ela entrou logo após fechando a porta atrás de si. Fomos apertar o botão do térreo ao mesmo tempo e isso fez com que nossas mãos esbarrassem. Foi então que eu realmente a olhei. Devia ter aproximadamente um metro e meio, seus cabelos eram negros e longos e por mais mal cuidado que fossem continuavam com uma beleza natural. Ao reparar que eu a estava observando, ela me olhou bem fundo com aqueles olhos grandes amendoados e sorriu com o canto da boca.

Deu-me uma vontade súbita de poder apertá-la, abraça-la, te-la só para mim. Pensamentos sobre poder tocar aqueles lábios e senti-los sobre os meus começaram a surgir em minha mente. Mesmo sendo mais alta que ela tinha a impressão de que encaixaríamos muito bem. Ela aparentava ser mais nova do que eu, mesmo eu sabendo que tinha um filho de uns sete anos.

Filho e marido. Marido. Era disso que eu precisava para tirar toda essa imaginação da minha cabeça. Ela era mãe, casada. Eu nunca teria chance. E o mais estranho era o que eu estava imaginando sobre ela. Não gosto de mulheres, mas ela me atraia e eu não conseguia explicar por que. Namoro há dois anos com o Guilherme. E por mais que eu tentasse não conseguia mudar meu foco. Voltava sempre pra ela.

Encostei-me à parede do elevador e suspirei profundamente, não conseguia me acalmar. No momento em que eu fechei os olhos senti o elevador tremer. Ele tremeu muito e ela caiu. Minha reação foi ir em direção dela para segurá-la para evitar dela se machucar. E de novo fui encarada por aqueles grandes olhos redondos amendoados. Olhei para o número que marcava o elevador pouco antes de apagar, décimo quinto andar. Havia passado tão pouco tempo, mas tanta coisa passou pela minha cabeça. Nunca pensei que iria agradecer pelo elevador ser tão devagar. 

Voltei meus olhos para ela e vi que ela continuava me encarando. E não tinha como não estar. Ela estava caída em meus braços, com um pouco do cabelo sobre o rosto, segurando meus braços com suas mãos pequenas e delicadas, por mais trabalho manual que ela faça. Lentamente tirei o cabelo do rosto dela e minha mão foi deslizando pelo seu rosto, descendo pelo seu pescoço até chegar em seus seios. Não consegui me conter, quando vi minha mão direita apertava o seio dela. Cabia perfeitamente na minha mão, consciente, firme. Uma vontade absurda de mordê-lo. Só realmente percebi o que havia feito depois de feito. Soltei a correndo e me encostei na parede assustada comigo.

Cobri com minhas mãos meu rosto, tentando fazer-me esquecer do que havia feito. Pensamentos nunca antes habitados em minha cabeça e atos que jamais seria capaz de falar para alguém. Não tinha coragem de falar nada, quanto mais encará-la novamente. Foi quando senti, eram pequenas, quentes e macias. Suas mãos seguraram meu rosto e o ergueram fazendo nossos olhares se cruzarem. Meus olhos vermelhos prestes a derramar lágrimas e os olhos dela redondos e sinceros. Ainda estava estática quando percebi o que ela havia feito. Ela havia ficado na ponta do pé e encostado seus lábios nos meus. Como era boa a sensação daquela compressão suave, molhada, levemente doce. Mas isso não bastou. Eu queria mais, e não tinha mais controle sobre mim. Troquei de posições, empurrei-a contra a parede, pressionando meu corpo contra o dela. Mais uma vez nossas bocas se encontraram e pareciam serem feitas uma para outra. A forma de como encaixavam. Como ambas acompanhavam o ritmo da outra. Quando mais rápido nos beijávamos, mais meu corpo roçava no dela. Senti sua mão passeando pelas minhas costas até chegar ao meu cabelo e segurar-lo forte. Como era boa a sensação da língua dela encostando à minha. Nossos beijos foram ficando mais rápidos mais fortes, pareciam que nunca ia acabar. Nunca tinha me tocado o quanto um volume extra entre as pernas fazia falta. Parecia que ela havia adivinhado o que eu estava pensando, porque com uma mão ela deslizou sobre meu corpo e apertou a minha intimidade. Mordi a língua dela com força, o que pareceu alegrá-la, pois ela começou a mexer a mão mais rapidamente e forte.

Tentei me lembrar do que Gustavo fazia comigo quando estávamos prestes a ter relações. Puxei-a mais para mim deixando uma mão passear por baixo da blusa dela, a outra apertava seu seio. Firme e pequeno, como era bom apertá-lo e ouvir os pequenos gemidos que ela soltava entre os beijos.

Nossos beijos foram ganhando mais intensidade. Não tinha como negar o que eu queria, pois era a mesma coisa que ela claramente queria. A mão que estava nas costas dela começou a descer e a entrar pela calça dela. Mesmo sobre a calcinha conseguia sentir que ela estava gostando, pois estava encharcada. Não agüentei mais muito tempo. Minha mão entrou em sua calcinha e pude sentir sua intimidade. Era estranho sentir a parte de outra mulher. Mas era uma sensação boa, ainda mais quando meus dedos deslizavam de tão molhado que estava. Introduzi dois dedos, ela não agüentou e parou o beijo para gemer jogando a cabeça pra trás e abrindo a boca. Só de ver essa reação me deixou com mais vontade ainda. Não iria sossegar até chegar.

Comecei a mexer meus dedos com mais vontade e comecei a morder seu pescoço, o que parecia alegrá-la muito. Morde-la, apertá-la, penetrá-la. Era tudo muito bom. Parei para beijá-la e ela apenas mordeu o lábio inferior. Vê-la daquele jeito, meia descabela, com a respiração ofegante, com cara de quem estava supre apreciando me fazia bem. Foi a vez dela me penetrar com seus dedos. Como era bom, aqueles dedos pequenos e macios, entrando e saindo de mim, cada vez mais rápido e um pouco forte. Não conseguia mais me conter e soltava gemidos altos. Voltei a mexer minha mão dentro dela, sentindo dentro dela. Por mais que fosse meio áspero era agradável, ainda mais vendo as caras que ela fazia. Meu quadril se mexia involuntariamente de acordo com os movimentos dela. Não agüentava mais, eu estava prestes a chegar. Mas queria que ela chegasse comigo. Voltamos a nos beijar mais intensamente. Nossas mãos de mexiam de acordo com o beijo. Não ia agüentar mais, não dava para me segurar.

Aquela dor que não era ruim, que doía, mas me dava prazer, foi seguido de um grito de prazer. O mesmo aconteceu com ela. Minha mão conseguia sentir sua intimidade pulsando fortemente e diminuindo gradativamente. Terminamos nos beijando suavemente.

O elevador voltou a funcionar, instantaneamente nos separamos e lentamente nos ajeitamos.

Chegando ao térreo não agüentei e quando ela estava abrindo a porta a puxei para um beijo de despedia. A soltei logo após, deixando que ela saísse na minha frente.

A porta de vidro estava trancada, mas a vontade que eu tive era deixá-la permanecer trancada.

Tinha um homem e um garoto esperando perto do portão de ferro. Quando o menino nos viu gritou chamando-a de mãe. Por mais enciumada que eu estivesse não poderia fazer nada.

Me despedi dela como se nunca tivesse conversado com ela, o que não deixa de ser verdade. Eles foram para um lado, caminhando, conversando e rindo. Enquanto eu fui para a outra direção. Por mais que eu quisesse continuar presa no elevador, não tinha problema. Mesmo um pouco triste era só lembrar, quarta-feira já estava chegando.

Um comentário:

  1. OMG OMG OMG
    QUE LINDO *O*
    Só acho que faltou um pouco da deescrição da narradora pra poder ficar mais "imaginável"

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